Participe presencialmente na 5.ª e última sessão de 2025 do ciclo Arquivos do Saber: Ciência, História e Memória, que decorre no pequeno auditório das instalações da FCCN, unidade de serviços digitais da FCT.
Venha conhecer o Arquivo.pt!
Data: 19 de novembro, das 14h30 às 16 horas
Local: FCCN, Avenida do Brasil, 101, Lisboa (Campus do LNEC)
Esta sessão contará, na abertura, com as intervenções de Maria Paula Diogo, vogal do Conselho Diretivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Paula Meireles, coordenadora do Arquivo de Ciência e Tecnologia, e João Nuno Ferreira, vice-presidente da FCT e coordenador-geral da unidade de serviços digitais, FCCN.
O Arquivo de Ciência e Tecnologia da FCT e a divulgação do seu acervo
O ciclo Arquivos do Saber: Ciência, História e Memória, organizado pela FCT, está a decorrer desde fevereiro deste ano, com o objetivo de divulgar o acervo documental do seu Arquivo de Ciência e Tecnologia, bem como outros relevantes para a história e memória da Ciência e da Tecnologia em Portugal. As sessões são de curta duração e decorrem num ambiente informal e de partilha.
O Arquivo de Ciência e Tecnologia (ACT) é único na história da atividade científica em Portugal, com a função de preservar e gerir a memória documental da produção científica nacional, traduzida em milhares de processos de apoio a bolsas, instituições e projetos de investigação. Aberto ao público desde 16 de dezembro de 2011, possui um significativo acervo documental que inclui, além do próprio arquivo da FCT a partir de 1997, o espólio da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT), de 1967 a 1997, e de outros organismos públicos e privados, essencialmente na área das políticas e financiamento da ciência em Portugal.
Última atualização em 7 de Novembro de 2025 às 15:55
No Dia Mundial da Preservação Digital, o Arquivo.pt promoveu uma sessão em linha dedicada à anotação de resultados de pesquisa no Arquivo.pt, no dia 6 de novembro, das 15h às 16 horas.
Foram abordados os seguintes tópicos:
i) O acesso como prioridade – pesquisa por texto como um motor de busca para o passado
ii) Como são processados os conteúdos arquivados
iii) Anotações como verificação de qualidade – demonstração
A equipa do Arquivo.pt tem vindo a reimplementar a pesquisa por texto no Arquivo.pt, mas precisa de medir a qualidade da nova implementação comparando-a com a anterior. Para isso apela à colaboração da comunidade.
O Arquivo.pt participou no workshop intitulado “Preservação digital: ferramentas e práticas”, promovido pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, na tarde do dia 7 de maio de 2025. Com a moderação de Inês Santos, destacamos o painel inicial com excelentes intervenções de Moisés Rockembach (Universidade de Coimbra), Humberto Innarelli (Unicamp) e Daniel Gomes (Arquivo.pt, serviço digital da FCCN-FCT).
O encontro teve por objetivo oferecer à comunidade uma reflexão crítica acerca das novas tendências nas ferramentas e nas práticas de preservação digital.
A preservação digital é um tema transversal às organizações, pois todas produzem e geram informação em suporte digital. É cada vez maior a oferta de ferramentas, soluções que prometem maior eficiência no processamento de informação. Muitas são colocadas sob a designação de Inteligência Artificial. Tal abundância de produtos e enquadramentos exige uma maior discussão e abordagem crítica. E isso foi alcançado de forma brilhante pelo painel de oradores.
Três abordagens sobre Inteligência Artificial e Preservação Digital
Este encontro reuniu no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra três autores de obras sobre preservação digital e trouxe à discussão abordagens diferentes.
Moisés Rockembach, co-autor com Caterina Pavão de Arquivamento da Web e preservação digital, a primeira obra em português sobre arquivos da Web, centrou a sua apresentação no impacto da Inteligência Artificial nos sistemas de preservação digital, nomeadamente na pesquisa e no acesso à informação, em processos de classificação indexação, por exemplo. A esse propósito do impacto das novas ferramentas que a tecnologia digital nos oferece, fez referência a uma frase de Demi Gretscko: “O processo de busca e captura da informação descrito no texto certamente poderá sofrer aportes futuros, especialmente ao se considerar o aporte de ferramentas novas, como as da Inteligência Artificial”.
Há ferramentas de Inteligência Artificial que permitem um acesso interessante à informação pela novidade e pelo formato. A arquivística deve ter em conta essa realidade e testar até que ponto isso pode transformar o modo como se opera a divulgação e o acesso a muitos conteúdos. Um exemplo para ilustrar esta ideia, foi a apresentação de um Podcast gerado por Inteligência Artificial, baseado no capítulo 2 do livro sobre Arquivos da Web, que versa sobre as políticas de preservação digital.
Humberto Innarelli, autor de Criptex da preservação digital, autor de Criptex da preservação digital, coordenador do Arquivo Edgard Leuenroth (AEL) e investigador especialista em arquivística na Unicamp, São Paulo e professor Doutor do Centro Paula Souza, São Paulo, colocou a questão do futuro da preservação digital. Até agora, a prática para preservar conteúdos digitais dinâmicos é convertê-los em documentos estáticos. Por outro lado, cada vez a informação é-nos dada de forma dinâmica, a partir de bases de dados ou de algoritmos e Inteligência Artificial. Qual é o próximo passo? A prática arquivística tem de olhar não apenas para os metadados (metadata), como tem feito nos últimos anos, mas também para aquilo que explica como a informação foi gerada (o que podemos chamar paradata). Só assim é possível colocar a arquivística e a preservação digital na perspetiva do longo termo. Daqui a cem ou duzentos anos deveríamos ser capazes de continuar a aceder à informação digital produzida atualmente.
Daniel Gomes, editor principal do livro The Past Web, fundador do Arquivo.pt, discutiu a questão da Inteligência Artificial na sua relação com os conteúdos de produção não artificial e humana. Que valor acrescentado trazem as ferramentas geradoras de texto, imagem, áudio ou vídeo? Se considerarmos por exemplo que um Podcast sobre preservação digital utilizou como base um livro escrito por um autor humano, que conhecimento novo gerou? Pouco ou nenhum. Assim, o que se convencionou chamar Inteligência Artificial pode considerar-se como uma forma de apresentar o conhecimento humano e de modo nenhum dispensa a humanidade de continuar a pensar, a investigar e a produzir novo conhecimento.
O Arquivo.pt preserva conteúdos que foram publicados por pessoas e organizações e nesse sentido é uma fonte única no seu género. A informação publicada na Web é importante para relatar e compreender melhor a história recente, desde a década de 1990. Qualquer ferramenta de Inteligência Artificial terá de voltar ao ponto onde a informação foi criada por pessoas. A origem humana dos conteúdos preservados pelo Arquivo.pt, e o mesmo se pode dizer dos arquivos tradicionais, faz com que estes tenham um enorme valor, até considerando-o do ponto de vista do valor económico. Quanto vale a informação preservada por um arquivo da Web?
Os dados do Arquivo.pt podem ser processados por Inteligência Artificial. Os trabalhos concorrentes ao Prémio Arquivo.pt já o demonstraram, assim como alguns projetos como o GlórIA, um Large Language Model, desenvolvido na NOVA-FCT.
Para terminar, Ricardo Basílio, curador digital do Arquivo.pt, mostrou como qualquer pessoa pode gravar uma página ou um website inteiro no seu próprio computador num formato normalizado, compatível com os arquivos da Web. Usou-se para isso o ArchiveWeb.page e browsertrix-crawler como ferramentas de treino e formação. Esta prática permite que a comunidade seja cada vez mais ativa na preservação de informação institucional publicada na Web.
Agenda do evento
14h30 Painel – Moderadora: Inês Santos, Universidade de Coimbra
Preservação digital e Inteligência Artificial – Moisés Rockembach, Universidade de Coimbra – Slides
Cryptex da Preservação Digital: O próximo passo – Humberto Innarelli, Unicamp – Slides
Arquivo.pt e a preservação da Web – Daniel Gomes, FCCN-FCT – Slides
16h00 Intervalo
Dados Abertos para a Investigação. Processamento automático de informação através de APIs – Vasco Rato, FCCN-FCT – Slides
A equipa do Arquivo.pt esteve em Coimbra, entre os dias 6 e 8 de maio, nas Jornadas FCCN para promover a preservação da Internet portuguesa, pois a divulgação e a promoção constituem uma vertente importante da sua missão.
Na terça-feira, de manhã, Pedro Gomes apresentou os destaques na sessão Zapping FCCN e à tarde, das 16h30 às 18 horas, realizou-se a sessão do Arquivo.pt, Mãos na massa para arquivar a Web.
Na quarta-feira, dia 7, às 14h30, a equipa do Arquivo.pt deslocou-se à Universidade de Coimbra para participar no encontro promovido pela Faculdade de Letras (FCUL), intitulado Preservação digital: ferramentas e práticas (Anfiteatro III, Piso 4).
Pedro Gomes, encarregado das recolhas do Arquivo.pt, mostrou a imagem mais antiga arquivada no Arquivo.pt que se encontra precisamente no antigo site da Universidade de Coimbra. Destacou a nova funcionalidade que permite reproduzir conteúdos em Flash, os dados estatísticos do Arquivo.pt, os prémios e os conjuntos de dados.
Nesta sessão, orientada por Ricardo Basílio, curador digital do Arquivo.pt, mostrou-se como gravar páginas web em formato normalizado utilizando o seu próprio computador.
Esta ação, com o formato “mão na massa” ou “faça-você-mesmo!”, enquadra-se na missão do Arquivo.pt de promoção da preservação da Internet (Decreto-Lei nº 55/2013). Ao mostrar como funciona a gravação de websites estamos a fortalecer também a ligação da comunidade ao Arquivo.pt.
Para quem precisa de guardar cópias de alta qualidade de websites esta sessão é uma ajuda. Os participantes foram desafiados a gravar páginas estáticas e outras com conteúdos interativos, vídeos e redes sociais. A partir das questões que surgiram durante os exercícios práticos, esclarecemos dúvidas e mostrámos que arquivar conteúdos Web é muito fácil.
Usámos a extensão ArchiveWeb.page, ferramenta do Webercorder.net, que os participantes puderam obter gratuitamente e instalar nos próprios computadores.
Se é informático ou utilizador avançado de IT
Para quem tem a expectativa e a necessidade de gravar sites inteiros automaticamente, fizemos uma breve referência ao Browsertrix-crawler, uma ferramenta avançada que corre num Docker, em Linux. Informáticos e utilizadores avançados de IT foram desafiados a tentar a gravação e arquivo de Websites.
As demonstrações e exercícios que propusemos usando o ArchiveWeb.page ou Browsertrix-crawler aplicam-se também a casos de uso avançado e respondem a necessidades de arquivo da Web no dia-a-dia das organizações.
Democratizar a IA: tornar a Inteligência Artifícial acessível a todos
No segundo dia das Jornadas da FCCN, 8 de maio de 2025, na sessão dedicada à Inteligência Artificial, Daniel Gomes, por parte da FCNN-FCT, e João Magalhães, por parte da NOVA-FCT, apresentaram o “AMÁLIA: Assistente Multimodal automático de Linguagem com IA”.
As APIs permitem que os investigadores acedam à informação do Arquivo.pt de forma automática e desenvolvem diversas aplicações em projetos de investigação. Por exemplo, usaram APIs projetos como o Conta-me Histórias, o modelo para língua portuguesa LLM GlórIA e, presentemente, o LLM AMÁLIA.
A Biblioteca Nacional da Noruega foi a instituição de acolhimento deste evento internacional. O Arquivo da Web da Noruega é parte da missão da Biblioteca e é realizado numa segunda localização especializada em preservação digital, na cidade de Mo i Rana, no centro do país.
O IIPC WAC, o maior no domínio da preservação da Internet, foi como sempre uma ocasião excecional para a partilha de conhecimento e para o fortalecimento de colaboração entre os arquivos da Web.
O primeiro dia, 8 de abril, foi dedicado à Assembleia Geral, exclusivo para os membros do consórcio, e aos grupos de trabalho onde o Arquivo.pt tem um papel ativo. O Content Working Group é dedicado à criação de coleções temáticas e tem a participação do Arquivo,pt na coleção “Street Art”. O Training Working Group cria conteúdos formativos e ações de formação, tais como webinars do IIPC e workshops presenciais.
Nos dias 9 e 10 de abril realizou-se a Web Archiving Conference, evento que é aberto a todas as entidades e iniciativas relacionadas com a preservação e arquivo da Web.
Contributo do Arquivo.pt
O Arquivo.pt apresentou os seus serviços e iniciativas de interação com a comunidade, como por exemplo a colaboração com o Arquivo Municipal de Sines na preservação de conteúdos de interesse local. A preocupação com o acesso aos conteúdos, tanto para os investigadores como para os cidadãos em geral, é um aspeto muito apreciado pela comunidade do IIPC.
Arquivo.pt toolkit for web archiving – Lightning talk session 1 – Daniel Gomes – Slides, vídeo
Collaborative collections at Arquivo.pt: four years of recordings from the city of Sines (Portugal) – Lightning talk session 4 – Ricardo Basílio – Slides, notas, vídeo
API/Bulk access and its usage – Poster slam – Vasco Rato – Poster
Arquivo.pt annual awards: a glimpse since 2018 – Poster slam – Daniel Gomes – Slides
Este Ciclo de Webinars, dedicado à preservação da memória cultural publicada na Web, é uma colaboração entre a APDSI e o Arquivo.pt, FCCN serviços digitais da Fundação para a Ciência e a Tecnologia I.P..
Luís Vidigal, Sócio Fundador da APDSI, Filipa Fixe e João Tavares, Vogais da Direção, introduziram o tema de cada sessão e a equipa do Arquivo.pt mostrou como funciona a preservação de conteúdos Web que permite às organizações e aos cidadãos acederem à web do passado.
As quatro sessões tiveram um total de 121 participantes.
Programa
Webinar 1 – 20 de março – Arquivo.pt: uma nova ferramenta para pesquisar o
passado. Daniel Gomes, Gestor do Arquivo.pt – Vídeo, slides
Webinar 2 – 25 de março – Bem publicar para bem preservar. Pedro Gomes,
Encarregado pelas recolhas do Arquivo.pt – Vídeo, slides
Webinar 3 – 27 de março – Acesso e processamento automático de informação
preservada da Web através de APIs. Vasco Rato, Web developer do Arquivo.pt – Vídeo, slides
Webinar 4 – 1 de abril – Arquivar a Web: faça-você-mesmo!. Ricardo Basílio, Vídeo, slides
Curador digital do Arquivo.pt
Última atualização em 11 de Março de 2025 às 16:21
Professor Doutor José Borbinha, workshop eArchiving, a 25 de Fevereiro de 2025, no Instituto Superior Técnico em Lisboa (Sala José Tribolet)
O Arquivo.pt participou no workshop eArchiving Portugal , que se realizou no Instituto Superior Técnico, no dia 25 de fevereiro de 2025, a convite do Professor Doutor José Borbinha, uma das primeiras pessoas a fazer arquivo da web em Portugal quando, na década de 1990, estava na Biblioteca Nacional.
O Professor José Borbinha, melhor que ninguém, sabe contar na primeira pessoa os pequenos episódios, quase épicos, as ações dos primeiros “heróis” que levaram à criação de um arquivo da Web em Portugal. Vê o Arquivo.pt como um serviço imprescindível quando se fala de preservação digital e de salvaguarda do património comunicacional das organizações.
O evento teve um formato hibrido com 50 participantes presencias e 270 online e foi aberto a todas as entidades públicas ou privadas com preocupações ao nível da preservação digital e gestão da informação em qualquer tipo ou formato. Aqui se incluem os conteúdos dos websites e redes sociais!
Os responsáveis dos Municípios, entidades da Administração Local, tiveram uma grande participação, respondendo ao apelo da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). Este convite à participação de pessoas de todo o país foi uma oportunidade para o Arquivo.pt mostrar como pode ajudar na preservação dos sites institucionais e no cumprimento da Portaria n.º 112/2023, de 27 de abril.
eArchiving, uma iniciativa europeia nascida em Portugal
“Foi precisamente nesta (sala José Tribolet no Instituto Superior Técnico) que teve início o eArchiving há onze atrás, a 29 de maio de 2014” recordou José Borbinha (INESC-ID), anfitrião e organizador do workshop.
Janet Anderson, gestora do eArchiving, mostrou os progressos alcançados em onze anos no domínio da preservação digital. Os projetos financiados pela União Europeia no âmbito do consórcio resultaram no desenvolvimento de especificações, software, formação e conhecimento sobre preservação digital.
Seguiu-se a apresentação de contributos para a preservação digital em Portugal: DGLAB, por Pedro Penteado, Centro Hospitalar São João, por Fernanda Gonçalves, Ministério da Justiça, por Alexandra Lourenço e Cristina Soares, Arquivo.pt, pelo curador digital Ricardo Basílio.
Para terminar, Miguel Ferreira fez a sua intervenção em representação do DLM Forum MTÜ, comunidade onde a KEEP Solutions LDA participa com o desenvolvimento de software. Numa abordagem mais técnica mostrou como estão estruturados os metadados na especificação de empacotamento E-Ark de modo a cumprirem os requisitos da preservação digital.
Como usar o Arquivo.pt para preservação os websites institucionais
Apresentação do Arquivo.pt no Workshop eArchiving por Ricardo Basílio, curador digital. Foto por Pedro Penteado
A preservação digital exige colaboração, tanto ao nível interno como externo entre organizações, e este workshop serviu esse propósito, pois foi ocasião para partilha de boas práticas, divulgação de ferramentas e serviços e contacto entre pessoas.
Da parte do Arquivo.pt destacou-se três serviços do seu catálogo para a preservação dos conteúdos publicados na web:
Os serviços do Arquivo.pt podem ser utilizados, por exemplo, pelos Municípios para a preservação dos conteúdos publicados nos websites institucionais.
A formação do Arquivo.pt, tais como webinars ou sessões presenciais, são úteis para dar capacidade às entidades para cuidarem dos conteúdos institucionais, incluindo os conteúdos das redes sociais que exigem uma estratégia alternativa.
O Arquivo.pt foi reconhecido na categoria “Promoção da Sociedade mais Inovadora e Digital”.
Esta categoria destaca a vertente inovadora na transição digital das organizações.
O gestor do Arquivo.pt, Daniel Gomes, e o encarregado das recolhas do Arquivo.pt, Pedro Gomes, estiveram presentes na cerimónia que decorreu em Oeiras, no dia 3 de dezembro de 2024.
Arquivo.pt, um serviço para a transformação digital
Daniel Gomes, num vídeo preparado para a cerimónia de entrega de prémios, explica como um serviço de preservação da Web contribui para uma sociedade da informação mais sustentável.
O Prémio Transformação Digital (4ª edição em 2024) tem por objetivo “reconhecer e divulgar as melhores práticas de adoção e implementação das tecnologias de informação e comunicação (TIC), com vista a uma sociedade mais digital sustentada por instituições públicas e privadas mais eficiente e mais próximas do cidadão” (website da APDSI).
A edição de 2024 teve 33 candidaturas integradas em três categorias:
Eficácia/Eficiência das Organizações
Proximidade com o Cidadão e Sociedade mais inclusiva
Mensagem do Professor Doutor José Tribolet acerca do Arquivo.pt, enviada para a cerimónia de entrega de prémios:
“Um conjunto de funcionários públicos com grande visão, enorme perseverança e continuidade, dotaram o país das bases da ‘Torre do Tombo digital’ da produção em português existente que foi emergindo na Net, memória fundamental para alimentar muitas aplicações e serviços, existentes e a existir, e permitir análises e investigações relevantes para a nossa cultura e o nosso devir como portugueses.”
O objetivo desta equipa conjunta da FCT foi precisamente provocar o encontro e a partilha de experiências entre diversas instituições que têm inevitavelmente de gerir informação, quer em formatos tradicionais como o papel, quer em formatos digitais.
O encontro teve 243 participantes e 29 oradores. Nove das 27 apresentações foram submetidas para uma a sessão denominada “Espaço comunidade”.
A informação digital foi o fio condutor das intervenções. Na abertura, o Diretor da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre Lacerda, lembrou que a DGLAB foi pioneira entre as entidades públicas na abordagem à questão da preservação digital. O vice-presidente da FCT, Francisco Santos, sublinhou o valor económico que representam os dados para a investigação científica.
Preservação digital não se trata apenas de tecnologia, como referiu Henrique São Mamede, Professor da Universidade Aberta, INESC TEC na conferência de abertura. Trata-se também das pessoas, do fator humano, do ambiente exterior às organizações e das novas sensibilidades, como a sustentabilidade e a ecologia. Daí a importância de criar pontes, de usar por exemplo, a Inteligência Artificial articulando-a com a ética. Slides.
Ao longo do dia, quatro painéis agregaram apresentações sobre diversos contextos da preservação tais como a digitalização de som, imagem e vídeo, dados de investigação, quadros normativos, sistemas de gestão de informação digitalizada ou nascida digital, divulgação e acesso, uso na investigação académica.
Imagem e montagem: Leonor Arrimar (FCT)
Painel 1: Iniciativas e realidades de preservação digital
O primeiro painel foi moderado por João Gomes, Diretor de Serviços Avançados da FCT, e trouxe para a mesa a diversidade de contextos em que se coloca a questão da preservação e do acesso. Destaca-se, aqui, um aspeto de cada apresentação e deixa-se o convite para seguir as ligações e conhecer melhor essas iniciativas.
Moisés Rockemback, Professor da Universidade de Coimbra e co-autor do livro Arquivamento da web e preservação digital, falou das primeiras iniciativas realizadas no Brasil para preservar conteúdos publicados na Web. Os websites dos candaditatos às eleições brasileiras, por exemplo, são por natureza efémeros mas tornaram-se material para a pesquisa historiográfica ao serem preservados num arquivo da Web. Numa perspetiva mais teórica abordou a questão da memória. A preservação da web permite-nos trazer à luz acontecimentos que foram veiculados unicamente em meios digitais como a Web e, nesse sentido, adia o fim da História expresso na metáfora da “Dark Age”, tempo da escuridão, vazio de informação. Slides.
Pedro Penteado, Diretor de Serviços de Arquivística e Normalização, apresentou um conjunto de instrumentos que a DGLAB tem desenvolvido, como por exemplo a Macro Estrutura Funcional (MEF), o projeto Avaliação Suprainstitucional da Informação Arquivística (ASIA) e ainda a Lista Consolidada na Plataforma CLAV, que permite às diferentes entidades da Administração Pública cumprir a legislação e normalizar práticas de classificação e avaliação. Recordou que estes intrumentos são flexíveis para atender às especificidades das organizações. Slides.
Pedro Príncipe, Chefe da Divisão de Serviços de Documentação da Universidade do Minho, abordou os dados de investigação. A preservação e o acesso aos dados é fundamental para a produção de ciência. Para isso é necessário conjugar iniciativas e trabalhar em rede e criar comunidades de prática. O Fórum GDI é um exemplo de que o encontro entre profissionais é útil. A certificação é altamente recomendável, como o tem demonstrado a Universidade do Minho que certificou o seu repositório, pois é um motivo extra para criar robustez e para atingir os objetivos FAIR (Findable, Acessible, Interoperable, and Reusable). Slides.
Hilário Lopes, Diretor adjunto das Relações Institucionais e Arquivo da RTP, descreveu o caminho para o digital que mudou completamente a forma de acesso ao Arquivo da RTP. Se até de 2001 a digitalização se fazia a pedido, a partir desse ano os conteúdos foram massivamente digitalizados. Desde 2007, os conteúdos são acessíveis em formato digital, o que facilitou o acesso e o uso. A RTP Memória e o Portal RTP são dois exemplos de acesso ao património audiovisual da rádio e televisão pública. Slides.
Painel 2: Preservar e reutilizar a informação da Web
O tema do arquivo da Web esteve em destaque no segundo painel, moderado por Daniel Gomes, Gestor do Arquivo.pt e seu iniciador em 8 de de novembro de 2007.
António Campos e Hélder Mestre, do Arquivo da Câmara Municipal de Sines, mostraram como, desde 2020, preservam conteúdos da Web de interesse local em colaboração com o Arquivo.pt. Gravam páginas Web com o ArchiveWeb.page, ferramenta do Webrecorder, enviam uma cópia dos ficheiros para o Arquivo.pt, fazem transcrição textual de imagens e vídeos, e usam também o PDF como formato mais tradicional para arquivar notícias. A questão da acessibilidade aos conteúdos para pessoas com necessidades especiais é fundamental no processo de preservação. Slides.
António Ramiro e Carmen Fonseca, vencedores do Prémio Arquivo.pt 2024, apresentaram o seu trabalho Noticioso.pt. É um projeto que reutiliza a informação do Arquivo.pt para desafiar a capacidade crítica dos cidadãos. Slides.
Para finalizar, Daniel Gomes, destacou o muito que foi feito nos últimos 17 anos no domínio da preservação da Web, a ponto de termos atualmente um serviço funcional que toda a gente pode usar. Fomos encontrar, como testemunho desses primeiros tempos, uma página do Diário Digital, de novembro de 2006.
Painel 3: Preservar a atualidade e salvaguardar o futuro
O terceiro painel foi moderado por Paula Meireles, Coordenadora do serviço Arquivo, Documentação e Informação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e trouxe à mesa outras quatro realidades.
Filipe Guimarães Silva, Diretor Executivo da Fundação Mário Soares e Maria Barroso e António Coelho, Coordenador de reprodução digital, aprofundaram as questões técnicas relacionadas com a digitalização, a partir do caso do acervo, que também está acessível no portal Casa Comum. O controlo de qualidade é o fator mais importante para obter uma versão digital preservável. Nem sempre são necessárias tecnologias caras para obter bons resultados. É fundamental seguir os standards e cuidar para que sejam gerados metadados de qualidade.
Fernanda Gonçalves, Diretora do Arquivo da Unidade Local de Saúde São João, mostrou como o Repositório Clínico Digital São João está a transformar o acesso aos processos clínicos com vantagens tanto na rapidez como na qualidade da informação. O modelo de gestão da informação nesta enorme instituição traz imensos desafios para a preservação e o acesso continuado, pois trata-se criar interoperabilidade entre múltiplos sistemas. Acresce que se tratam de dados sensíveis com diferentes níveis de acesso. É aqui que surge o arquivo como uma mais valia. O serviço de arquivo deve estar à altura dos desafios em qualquer organização para servir todos os seus “clientes”.
Augusto Ribeiro, responsável pelo Serviço de Gestão da Documentação e Informação na UPdigital, Universidade do Porto, explicou como está ser feita a preservação do acervo universitário. Desde o tratamento dos documentos em papel, à sua digitalização e à inserção no repositório digital, é importante garantir a robustez. Este trabalho tem sido progressivo e sistemático, ou seja, segue um plano onde todas as peças se encaixam, à medida que o trabalho é desenvolvido.
Pedro Penteado (DGLAB) apresentou o projeto “Guía de Preservación Digital” que está a ser desenvolvido em colaboração com a Asociación Latinoamericana de Archivos (ALA). Esta iniciativa vai estruturar conteúdos sobre a preservação digital de forma pragmática. Em breve, os profissionais terão à mão uma base de conhecimento para consultar, sempre que desenvolverem atividades de preservação digital.
Painel 4: Espaço comunidade
O quarto painel, moderado por Paula Carvalho, do Arquivo de Ciência e Tecnologia da FCT, incluiu 9 apresentações breves submetidas pela comunidade. Em seguida, apresentamos os resumos enviados pelos autores:
Justiça do Futuro: + Digital – Alexandra Lourenço, Albertina Catrola, Alexandra Henriques, António Dias, Cristina Ferreira, Inês Nunes, Rute Ramos | SGMJ
Celebrando os 50 anos do 25 de Abril na sessão de encerramento
Maria Inácia Rezola, Comissária Executiva da Estrutura de Missão para as Comemorações do 50º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, apresentou uma perspetiva histórica do impacto do 25 de Abril na sociedade portuguesa, nomeadamente através da forma como este é comemorado por todo o país.
Deu a conhecer o trabalho que a Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril tem realizado para identificar arquivos, centros de documentação e acervos das mais variadas espécies com material acerca do 25 de Abril. Há acervos públicos praticamente desconhecidos, outros que se encontram-se em acervos privados. A inventariação e a divulgação é, portanto, o primeiro passo para promover o estudo e o conhecimento sobre o 25 de Abril.
Para terminar, Maria Inácia Rezola, anunciou a atribuição da Menção Honrosa “O 25 de Abril e a Democracia”, juntamente com um prémio de 5.000 euros, na edição Prémio Arquivo.pt 2025, ao melhor trabalho sobre o 25 de Abril que utilize o Arquivo.pt.
Galeria de imagens
Encontro Dia Mundial da Preservação Digital 2024 #WDPD2024
Créditos: fotografias por Leonor Arrimar (FCT). Incluídas algumas imagens de dispositivos móveis enviadas por participantes.
O Arquivo.pt arrecadou o galardão na categoria de “Melhor Projeto Digital da Administração Pública Central”.
Esta categoria reconhece, anualmente, um projeto que tenha contribuído “de forma inequívoca para o desenvolvimento do setor Público Central através do meio digital, assim como da Economia Digital em Portugal”.
O gestor do Arquivo.pt Daniel Gomes, a Coordenadora Geral Adjunta da FCCN Salomé Branco e o vice-presidente da FCT Francisco Santos estiveram presentes na cerimónia que se realizou no dia 24 de outubro no Técnico Innovation Center em Lisboa e receberam o galardão.
Arquivo.pt receives Award for Best Governmental service
Prémios Navegantes XXI
Os Prémios Navegantes XXI são uma iniciativa anual da ACEPI – Associação da Economia Digital, criada com a missão “Promover e Desenvolver a Economia Digital em Portugal”.
O concurso premia o melhor da Economia e Sociedade Digital em Portugal nas suas mais diversas vertentes. Atualmente, é composto por 20 categorias que premeiam os projetos, ideias e instituições portuguesas mais inovadoras na transformação digital. São ainda entregues 3 Prémios para Categorias Especiais extra-concurso.